Quem não chora não pedala

Diz-se por vezes em conversas frívolas que o céu é o limite. Contam-se por aí histórias sobre irmandades secretas, onde a fraternidade prevalece sobre outros desinteressantes conceitos da sociedade moderna a que pertencemos. Em cada pequeno fragmento da nossa respiração, tentamos vezes incontáveis controlar a essência que nos move e que indubitavelmente também nos prende ao menos essencial.
A Irmandade dos Chorões, qual voo de um pássaro livre, nasceu de um bater de asas, onde a emoção de conviver na realidade da amizade desinteresseira e pura foi a força que as impulsionou.
O céu pode ser o limite, para quem os tem. Quem é livre, chora e pedala na busca de mais e mais liberdade. E quando um objectivo é atingido, outro surge no horizonte e enquanto isso há por certo alguém que chora, pela felicidade de pertencer a um grupo onde quem não chora, simplesmente não pedala!


quinta-feira, 30 de abril de 2009

Pedalando

Às vezes quando pedalo,
Pelos caminhos da vida,
Durante a minha viagem,
Paro e faço um intervalo,
Para contemplar a paisagem
Desta estrada indefinida.
Quando penso estar perdido,
Pergunto-me: - Onde estou eu?
Não me vou dar por vencido
Sem primeiro olhar o céu.
Mas se não encontrar,
O caminho que eu queria,
Por certo vou procurar
Outro caminho, outro dia!
Gosto de fazer subidas,
Em certas ocasiões,
E é bom que sejam compridas,
Para aumentar as pulsações.
Sinuosas e inclinadas,
Por veredas escondidas,
Muito técnicas ou perfeitas,
Fazem de mim, as descidas,
Um aventureiro às direitas.
Quando abuso da aventura,
E o travão não quero usar,
Experimento a cama dura,
Que a terra tem para me dar.
Levanto-me esfarrapado
Pelo chão que me acolheu.
Ainda que tonto e magoado,
Pedalando lá vou eu.
Os “single-tracks” da vida
Não deixam facilitar.
Se não se conhece a descida,
Mais vale ir devagar!
Mas se caíres porventura,
Quando alguém te magoar,
Levanta-te que a vida é dura.
Não pares de pedalar!
Chorão Mor

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